segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Nostalgia pós-universidade

Os bons tempos de universidade já lá vão, concluí o curso com um misto de orgulho, alegria e alguma nostalgia. A verdade é que a entrada na faculdade foi um dos pontos mais altos da minha vida, a concretização do sonho. Dificilmente conseguirei igualar a alegria e euforia dos primeiros dias.

Talvez preciso de perseguir novos sonhos em vez de ficar a pensar em velhas e boas recordações que ficaram para trás... Muita gente diz que é fácil entrar na universidade, o pior é acabar o curso. Mas ninguém nos alerta para as saudades que vamos sentir.

Fui a um jantar de curso para matar as saudades e conhecer a nova fornada de caloiros: todos os anos conseguem superar a loucura e boa disposição dos antecedores. É um vício viver estes rituais, mas a verdade é que o meu trabalho já foi concluído. Vendo a situação de fora, sinto-me bem vinda só que já não faço parte, a sensação não é a mesma.

Agora concentro-me em singrar na área para a qual estudei, tento manter-me ocupada, seguindo em frente. Acima de tudo tenho-me estimado melhor. Tento arranjar rituais saudáveis, levantar cedo, deixar de beber café e álcool (este está unicamente reservado para situações sociais com amigos), aumentar auto-estima e tornar-me aos poucos no verdadeiro EU: mais cuidados com o corpo e esforços para conjugar roupa que está no armário. Investimento em calçado e acessórios: botas com tachas e salto-alto baixo - sem riscos de cair e mantêm-se a elegância.

Isto tudo para aturar a pessoa com quem passámos mais tempo: Nós próprios, porque se não cuidarmos de nós, quem cuidará?

P.S: Recebi notícias de 2 pessoas muito importantes para mim que estão noutras cidades, não sei se têm noção do impacto que têm na minha vida. Soube bem serem elas a dirigirem-se a mim, uma vez que sou eu a contactá-las a maior parte das vezes. Fiquei com um sorriso parvo e o ego maior.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Endiabradas pela loucura

                                                                                                       O
Estamos ambas sentadas à mesa, a jantar.                                                                              
Sentadas lado a lado.
No entanto a refeição à nossa frente é ignorada.
Há urgência em expressarmos fisicamente...
Sentimentos que nos invadem
O amor...
A química...
A lúxúria...
Que ambas sentimos.
Entre nós
Há uma certa intimidade
Na forma como as nossas mãos tocam-se
Delicadamente deslizo a mão
Pelo seu braço
Apreciámos o contacto da pele
Até a minha mão chegar ao seu joelho

Endiabradas pela loucura
Esquecemo-nos de onde estávamos
Estamos ambas sentadas à mesa, a jantar.
Sentadas lado a lado.
... a refeição à nossa frente é ignorada.
Há urgência em expressarmos fisicamente...
Sentimentos que nos invadem
A mesa é enorme
Um banquete
As pessoas sentadas à mesa
São demasiadas.

Mas parecem completamentos alheios aos nossos actos
Deslocados do cenário em que se encontram

Ao olhar não reconheço rostos nem formas,
Apenas um turbilhão de cores e movimentos

Delicadamente deslizo a mão
Desde o joelho
Até ao interior das suas coxas

Sinto as suas cuecas
Sem pensar duas vezes
Começo a deslizar os dedos
Em formas de círculos
Sobre o seu cícloris

Ela começa a sentir prazer
A contorcer-se
Prestes a chegar ao orgasmo...






terça-feira, 31 de julho de 2012

A nadadora-salvadora

A atracção entre rapazes e raparigas é uma constante na minha vida desde os 16 anos, felizmente parece que a balança ultimamente tem vindo a equilibrar-se e já não me preocupo tanto com a tendência de olhar mais para A ou B, sentir algo por ela ou ele... Agora encaro como um factor surpresa, sem tentar adivinhar se será uma rapariga ou um rapaz.

Aproveitei para ir à praia com uma amiga e a minha irmã. Fomos para a concessão de uma nadadora-salvadora que já tinha visto numa poutra ocasião, naquele mesmo local a vigiar. Instalamo-nos, abrimos o sombreiro e fomos à água. O dia estava óptimo para estar na praia, bandeira verde, maré baixa, a água parecia que tinha uma temperatura agradável.

Avistei a tal nadadora-salvadora a falar com um colega bastante giro, talvez o mais atraente da praia. Entretanto, eu e a minha irmã decidimos jogar à raquete. Somos um bocado nabas a jogar, mas adeptas do desporto. Nada nos impede de jogar e divertir à custa da nossa apontaria. Por precaução, saímos da zona de visão da nadadora-salvadora que chegara e começamos a jogar.

Não tardou até começar a começar a apanhar a bola que teimava em ir em trajectórias mais altas do que a minha capacidade humana para acertar com a raquete.

E por pouco... a nadadora-salvadora não levou com a bola na cabeça. Esperei que a minha irmã a fosse buscar, pois fora ela a culpada. Só então ousei, olhar para trás e ver a reacção da quase-vítima.

Lançou um sorriso de orelha-a-orelha, estava bem disposta e mais gira. Não consegui ler mais a linguagem corporal, nem o olhar pois estava de óculos de sol. Retribuí o sorriso e agradeci profundamente por estar também protegida sob lentes escuras. Iria mostrar um olhar um bocado atrapalhado, mais exagerado do que o necessário, numa situação tão banal.

Decidimos ir à água, coloquei-me de costas, no campo de visão dela como quem ia buscar para o sombreiro e de forma provocante, desejando que ela estivesse a olhar, despi a t-shirt.

Na água, até ponderei afogar-me, para despertar a atenção dela, já que não tinha coragem de meter conversa, mas achei uma estupidez e desisti de tal ideia.

Lancei alguns olhares na direcção dela, parecia estar a olhar ora para a água, ora para o telemóvel.

Saimos da água, voltámos para a toalha. Algum tempo depois deitei um olhar rápido para trás e ela parecia que estava a olhar.


Mais tarde, fui jogar novamente à raquete, mas para minha decepção ela já não estava no posto de vigia.

Ao ir embora, avistei-a novamente com o colega.


terça-feira, 15 de maio de 2012

Chegou o calor e a (re)atração pelos rapazes

O calor chegou sem aviso. E a (re)atração pelos rapazes também. Pessoalmente, acredito que somos todos bisexuais, porque para mim a sexualidade não é uma linha estável. Em diferentes fases da nossa vida nos sentimos atraídos por homens, mulheres, ambos ou até por ninguém em especial.

Houve alturas em que pensei se não seria lésbica, mas a atração por rapazes, ainda que fosse muito pequena, fazia-me excluir essa opção ou simplesmente evitava masacrar-me à procura de um rótulo que me identificasse. Mas uma palavra é apenas uma pequena parte, de uma frase ou de um texto. Felizmente o que nos define é a nossa personalidade, as nossas acções.

A véspera do Verão faz-me sentir facilmente atraída fisicamente por rapazes com quem me cruzo na rua, a atenção pelas raparigas diminui e é como se o meu corpo se lembrasse que não dedica tempo ao sexo oposto. Já me surpreendi a mim mesma, a correr com o portátil na mão, até à casa do meu vizinho que é um craque em informática para lhe perguntar se tinha algum vírus no pc ou se ia perder os ficheiros todos - algo impensável à meses devido à vergonha. Só falavamos na presença de alguém em comum e sozinho era só oi ou algo relacionado com computadores. Ou a meter conversa com um rapaz que conheço de vista. Sinto-me mais descontraída e confiante.

As raparigas deixaram de ser o fruto proibido (por enquanto). Não sei parece que estou numa fase diferente.

P.S: Desculpem o texto destruturado, senti falta do blog e decidi escrever algo, mas parece que estou enferrejuada. Consequências de ficar longos períodos sem ler um bom livro. Os livros educam-me literalmente, ortograficamente e dão-me inspiração :)